Despertar Consciências

O fado, a sociedade e o Poder

19-02-2014 13:54

O fado cresceu um pouco à margem da sociedade, nas tavernas decadentes da capital. Os primeiros fadistas são os mirones e as prostitutas. Com o tempo, o fado vai afirmando a sua identidade: é a voz dos ignorados, que critica a sociedade e reivindica os seus direitos. Após a revolução liberal (1834), os jovens aristocratas misturaram-se com o povo, apropriaram- se da arte popular e introduzem-no nos salões, comovendo os paladinos da moral e dos bons costumes.
No porto no início do séc. XIX, a indústria do disco nascente permite divulgar o fado e fixar a sua forma. Mais tarde em Coimbra, os estudantes desenvolverão outro estilo de fado, mais intelectual e musicalmente mais enriquecido. A segunda metade do séc. XX assiste à entrada do fado nos teatros de revista, e nas casas especializadas, as “casas de fado”. Durante a ditadura de Salazar o poder dedicar-se-á, aumentando a censura, a calar as veleidades contestatárias do fado, a esconder as origens urbanas e a integrar o fado numa moral cristã nacionalista. Para melhor controlo, os fadistas são levados ao próprio profissionalismo. Desta forma, o estado consegue transformar o fado em instrumento de propaganda.
A Saudade
“Um mal que faz bem, e um bem que faz mal”: assim se refere Camões à saudade. O fado, acompanhado pela guitarra de 12 cordas (instrumento Nacional) e pela guitarra de 6 cordas, expressa perfeitamente esse sentimento contraditório de alegre e melancólico e de dolorosa nostalgia.

 

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